“A tese do marco temporal colocou os povos indígenas de um lado e os ruralistas e agricultores de outro. Uma das consequências que têm sido debatidas, caso o marco temporal seja aprovado, é o fato de que novas demarcações de terra no Brasil serão muito difíceis. Além disso, muitos dos povos indígenas que tiveram terras demarcadas poderão perdê-las se ações forem iniciadas na Justiça e eles não conseguirem provar que ocupavam seu território em 1988.

Além disso, a tese do marco temporal é criticada pelo fato de não levar em consideração todo o histórico de violência que os povos indígenas sofreram no Brasil. A perseguição realizada pelo Estado e por ruralistas fez com que diversos povos indígenas abandonassem suas terras originais, temendo por suas vidas.

Especialistas no assunto acreditam que o marco temporal pode iniciar conflitos em terras que já foram pacificadas pela demarcação. Outro argumento utilizado contra o marco é o que afirma que o avanço indiscriminado de agricultores e ruralistas pelo país contribui diretamente para o desmatamento e, consequentemente, para o desequilíbrio ambiental.

Por fim, alguns argumentam que a tese do marco temporal vai contra a própria Constituição Federal, sendo, portanto uma medida inconstitucional. Os ruralistas, por sua vez, afirmam que o marco temporal precisa ser aprovado para garantir segurança jurídica no assunto e para impedir que agricultores sejam desapropriados de suas terras”