Humorista revela se ver como boxeador atualmente e quer mostrar em duelo com King Kenny que, com dedicação, é possível fazer qualquer coisa. Combate e TV Globo transmitem

O que faz um artista renomado, rico, no auge da carreira, parar tudo para se expor em um esporte inclemente, que testa sua saúde física e mental? É esta a pergunta que todo mundo está fazendo a Whindersson Nunes desde que o comediante, um superastro no Brasil, decidiu subir ao ringue do boxe. Independentemente do resultado da semifinal do torneio High Stakes neste sábado, em Dublin, Irlanda, onde enfrenta o youtuber King Kenny – com transmissão ao vivo exclusiva do Combate e exibição na TV Globo após o Supercine – Nunes quer passar a mensagem que nada é impossível quando a mente está focada.

– Acho que é propósito (que o conduziu ao boxe). Todo mundo está na Terra procurando um caminho para seguir. Acho que o esporte é uma coisa que comunica muito com as pessoas, assim como a música e a comédia. Rir é uma coisa que faz todo mundo se unir. Quando estou fazendo um show pra 10 mil pessoas, ali tem todo tipo de gente, até ladrão tem. Todo mundo quer rir e participar daquele sentimento de sinergia. Acho que a luta traz isso também, porque todo mundo torce por você, bota uma energia em você, torce contra você também – pondera Whindersson.

– O que me move mesmo é conseguir controlar meus sentimentos, controlar minha emoção, porque é nesse momento que você fica mais emocionado de todas as formas – com a provocação, com você estar no seu limite nos treinos e pensar: “É isso mesmo que eu quero fazer? Por que eu estou fazendo isso, meu Deus?” . E essas perguntas a gente consegue responder quando está com a mente mais tranquila.

Whindersson encontrou esse propósito há cerca de seis anos, quando começou a praticar boxe por conta da depressão e para perder peso. Se apaixonou e, antes mesmo de surpreender a todos ao enfrentar o tetracampeão mundial de boxe Acelino “Popó” Freitas, já falava em disputar um torneio oficial.

Ele tinha noção que precisava se dedicar ainda mais para competir e mergulhou de cabeça: contratou um professor específico de boxe, o cubano Elieser Medina, para trabalhar seus fundamentos, e bloqueou sua agenda de shows para se concentrar nos treinos. O resultado pôde ser visto na primeira rodada do torneio High Stakes, quando nocauteou o rapper polonês Filipek e pareceu um pugilista experiente, muito diferente do que mostrou contra Popó.

– Acho que naquela luta (com Popó), eu não sabia lutar boxe. Eu praticava boxe, praticava artes marciais, então tinha uma noção de luta, mas boxe mesmo foi quando conheci o meu professor Elieser, que é começar do fundamento mesmo. Você não sabe nada, vamos começar daqui, depois a gente vai aqui… Eu entendi isso mesmo no segundo camp. O trabalho do Elieser foi mais isso: me pegar desde a base, fazer a base bem feita e sólida, e depois ir para uma base mais avançada. Nesse segundo camp, eu já consigo me enxergar como um lutador de boxe mesmo – conta o humorista.