Um pedido da polícia de quebra de sigilos, por exemplo, levou um ano e sete meses para ser atendido.

O inquérito que apura o assassinato do PM reformado Macalé, apontado como elo entre os mandantes e os executores de Marielle, anda a passos de tartaruga: um pedido da polícia de quebra de sigilos levou um ano e sete meses para ser atendido.

Edmilson Oliveira da Silva, o Macalé, foi assassinado em novembro de 2021. Um mês depois do início das investigações, a Divisão de Homicídios da Capital enviou ao Ministério Público estadual um pedido de quebra de sigilos.

O Ministério Público só devolveu o inquérito à polícia um ano e dois meses depois, ou seja, em fevereiro de 2023. E com um detalhe: a autorização judicial para o afastamento dos sigilos pedida em dezembro de 2021 só chegou à Divisão de Homicídios em julho de 2023, um ano e sete meses após o requerimento policial. Tempo mais do que suficiente para a organização criminosa eliminar provas.

E mais: o delegado responsável pelo caso pediu o afastamento de novos sigilos e o inquérito está novamente na Justiça com vistas ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público. Se mantido o padrão cronológico do primeiro pedido, a investigação será retomada em fevereiro de 2025.

Até o momento, ninguém foi indiciado pelo crime, já que a polícia só pôde começar a trabalhar no caso neste ano por conta da demora do Ministério Público.

A Polícia Civil do Rio sempre é apontada como a “Geni da segurança pública” do Rio, principalmente nas investigações que envolvem a milícia. Mas pouco se foca nas falhas do Ministério Publico, em especial do Gaeco, e da própria justiça.