O fator mais questionado pelos candidatos é o tempo de espera e a desvantagem entre quem corre às 7h e quem corre às 11h.

Candidato não resiste e desaba durante a prova – Foto: Reprodução

O TAF (Teste de Aptidão Física) para ingresso à carreira da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul está sendo marcado por morte e desmaios. Hoje é o segundo dia de provas. Candidatos aprovados nas outras etapas do concurso reclamam do forte sol de Campo Grande e muitos deles fazem teste no horário mais quente do dia.

O candidato a soldado da PM que faleceu hoje cedo após passar mal no teste, Arthur Matheus Martins Rosa, de 25 anos, participava ontem das provas que envolviam corrida de até 12 minutos, barras e flexões.


Ele apresentou à organização da seleção um atestado de aptidão física assinado por médica de Goiânia, onde vivia, com data de 27 de julho, requisito obrigatório. Ontem, foi registrado o dia mais quente do inverno, com temperatura se aproximando de 35°C, com agravante da baixa umidade do ar. O jovem fez a prova no final da manhã, quando passou mal, no Centro Olímpico Rui Jorge da Cunha, na Vila Nasser. No local, foi montada uma tenda, onde os candidatos permaneciam à espera da vez de fazer o teste.

A empresa responsável pela seleção, Idecan (Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional), informou que, quando Arthur passou mal, foi atendido por equipe médica designada para acompanhar as provas e levado para a Unidade de Pronto Atendimento do bairro Coronel Antonino, sendo depois transferido para o Hospital Adventista do Pênfigo, onde foi entubado e faleceu. De início, foi identificado que ele teria ficado desidratado.

Desmaios

Hoje, em mais um dia de TAF (Teste de Aptidão Física) do concurso, candidatos passaram mal durante o percurso de 2,4 km em até 12 minutos. Um deles precisou ser socorrido pela equipe da ambulância que fica no local e outros dois receberam atendimento deitados no chão.

As avaliações continuam no Centro Olímpico Rui Jorge da Cunha, e seguem até amanhã (5). No local, a empresa responsável pela seleção, Idecan, fornece a água. Os candidatos também podem levar comida e isotônico.

O fator mais questionado pelos candidatos é o tempo de espera e a desvantagem entre quem corre às 7h e quem corre às 11h. “No edital, eles pedem para a gente chegar até às 6h30. Eu cheguei às 5h, por isso corri agora 10h”, comenta um advogado, de 40 anos. A turma dele foi a penúltima a correr. “A gente encontra desvantagem do calor, tanto na barra, que são cinco repetições, quanto na corrida, que são 12 minutos sem parar”, completa.