“Essa conquista é de todas as mulheres indígenas que lutam diariamente por seus direitos e por uma sociedade mais justa”.

Durante o 1º Seminário Regional Diálogos para Prevenção de Violência contra as Mulheres Indígenas Kaiowá Guarani e Terena, ocorrido neste sábado (5), o Governo Federal, por meio da coordenadora-geral de Prevenção à Violência do Ministério das Mulheres, Pagu Rodrigues, oficializou o compromisso de implementar a primeira Casa da Mulher Indígena do Brasil no município, que possui o sexta maior TI (território indígena) do país.

Anteriormente, já foi divulgado pelo Ministério da Mulher que a previsão é que a obra seja iniciada em breve e entregue em 2024, com custo aproximado de R$ 16 milhões e a cerca de 10 quilômetros de distância das aldeias Jaguapiru e Bororó.

A deputada estadual Gleice Jane (PT), em visita a Brasília (DF), entregou relatório com as demandas das mulheres indígenas, destacando a necessidade de um espaço específico e especializado para abordar questões relacionadas à violência e aos desafios enfrentados por esse grupo.

“Essa conquista é de todas as mulheres indígenas que lutam diariamente por seus direitos e por uma sociedade mais justa”.

A expectativa é que a Casa da Mulher Indígena seja um centro especializado, com olhar atento às violências enfrentadas por essas mulheres, com atendimento sensível e acolhedor.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Mato Grosso do Sul detém a segunda maior população indígena em território brasileiro.

Dourados, a segunda maior cidade sul-mato-grossense, tem dados ainda mais alarmantes: além de figurar como o segundo município brasileiro com os maiores registros de todos os tipos de violência contra as mulheres indígenas, lidera o ranking do abuso sexual contra elas no país, com 31 casos em 2017. Eles são cerca de metade de todas as ocorrências registradas no estado naquele ano.

Os indicadores de Dourados levam o Mato Grosso do Sul a ser o estado com maior número absoluto de violência sexual contra mulheres indígenas, com quase o dobro dos registros de qualquer um dos estados da Amazônia brasileira. Desde 2012, é a cidade onde mais mulheres indígenas são vítimas de violência sexual no Brasil. Quem vive e estuda essa realidade considera que o cenário pode ser ainda pior devido à subnotificação.