Embora o conflito seja emblemático e se arrasta desde 2014, nenhuma solução foi apontada até hoje para resolver o problema.

A reunião na OAB é uma proposição da Câmara Municipal por meio da Frente Parlamentar composta pelos vereadores Rogério Yuri/PSDB (presidente), Fabio Luis/Republicanos (secretário), Elias Ishy/PT (membro) e Marcelo Mourão/Pode (membro). Várias lideranças da segurança pública estiveram presentes, como o secretário estadual de segurança pública, Carlos Videira. Enquanto ocorria o evento, sitiantes enviavam mensagens de “pedido de ajuda”. O primeiro escalão da Polícia Militar, da Polícia Civil, do DOF e da Guarda Municipal acompanharam a reunião, bem como representantes da Polícia Federal.
A coordenadora da Funai em Dourados, Teodora de Souza Guarani, também esteve presente na reunião, e disse à reportagem que a sociedade e as autoridades não podem fechar os olhos para o que está acontecendo. “É preciso discutir essa situação territorial e cultural. É preciso buscar uma solução”, afirmou.
Diante do conflito que parece não ter fim, pequenos sitiantes têm falado sobre a venda das terras ao governo para serem repassadas aos indígenas, contudo, o governo federal não tem mencionado nenhum projeto nesse sentido. Mas a ideia, segundo Teodora, em parte resolveria o problema diante da super população indígena.
“Quando criaram as oito reservas indígenas em Mato Grosso do Sul, não se pensou que a população poderia crescer. Isso aconteceu, a população cresceu e a Constituição não tem tratado sobre a demarcação de terras”, destacou.
Embora uma solução para o impasse esteja longe, o secretário de segurança pública estadual, Carlos Videira, também defende a necessidade de encontrar uma saída. “Temos que estar atentos não só à disputa pela terra, mas à vulnerabilidade dessas populações. Nossas aldeias estão sendo utilizadas por facções criminosas para levar drogas para os grandes centros”, relatou Videira na reunião.
“Temos muitos indígenas indo colher maçãs em Santa Catarina e no Rio Grande Sul. Isso é importante. Mas nós temos muitos jovens indígenas que estão indo trabalhar nas roças de maconha. E lá eles recebem em guarani ou em real, mas também recebem em haxixe e maconha. Ele vende dentro da sua aldeia ou da mais próxima e vai levando de aldeia em aldeia”, denunciou o secretário.
