O capitão ainda disse que houve promessa de futuramente ser construído um posto de base da Polícia Militar no local.

A base móvel ficará até a construção do posto policial na aldeia Jaguapiru – Foto: Valdinei Garcia

Uma viatura com policiais permanecerá na aldeia Jaguapiru 24 horas, pelo menos foi a promessa feita ontem pelo secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Carlos Videira, ao capitão Ramão Fernandes, da aldeia Jaguapiru.

Ontem (13) pela manhã um grupo de indígenas fechou a MS-156, rodovia que corta as duas aldeias e divide as cidades de Dourados e Itaporã. Os indígenas pediam a presença da segurança pública na aldeia Jaguapiru. Por volta das 15h o secretário foi ao local e prometeu encaminhar uma viatura com policiais.

E a promessa foi cumprida. Na manhã desta quinta-feira (14) ocorreu a entrega simbólica, conforme o capitão Ramão Fernandes. “O secretário prometeu que vai ficar a viatura 24 horas e com a presença de dois policiais que vão trabalhar em escala de plantão”, informou a liderança indígena.

A base policial fica na sede da Renovação Guateka na avenida principal da Jaguapiru, em frente à escola Tengatui Marangatu. No local também funciona a sede da equipe de segurança indígena. 17 moradores das aldeias se dividem em plantões. Sem remuneração, sem colete e sem arma arriscam as vidas para fazer o trabalho de polícia. “Não é fácil pra gente, pois corremos risco de vida diariamente”, diz o capitão.

Semana passada Ramão Fernandes sofreu tentativa de homicídio. Um grupo de moradores da aldeia Jaguapiru chegou na sede Renovação Guateka e, armados com facão e arma de fogo, fizeram ameaças. Três tiros foram disparados contra Ramão Fernandes, mas nenhum acertou.

Segundo o Capitão, o secretário Carlos Videira também prometeu que, em breve, será entregue duas motocicletas para os policiais fazerem rondas nas aldeias. Juntas, a Jaguapiru e Bororó possuem 3,6 mil hectares e dezenas de vias estreitas. Também houve a promessa de ser entregue 40 coletes à prova de bala para os indígenas que atuam na segurança.

Ainda de acordo com o capitão Ramão Fernandes, a viatura ficará parada na base, para funcionar como apoio, e quando surgir uma ocorrência, irá até o local solicitado com a equipe da segurança indígena. “Será um trabalho em conjunto”, informou.

A reportagem procurou pela manhã a assessoria da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Governo do Estado, para solicitar informações do secretário sobre o projeto de segurança dentro da Reserva Indígena de Dourados, mas até o fechamento deste material, não obteve resposta. O espaço segue aberto.