Vídeo que circula nas redes sociais, e que teria sido feito na segunda-feira (25) no bairro Lagoinha, em Uberlândia, é alvo de investigação da Polícia Civil.

Uma bandeja metálica com uma grande quantidade de cocaína formando o código 1533, que representa a ordem das letras PCC no alfabeto. A cena, filmada e jogada nas redes sociais, não teria ocorrido longe de São Paulo, estado de origem e principal reduto da facção criminosa, mas sim em solo mineiro, na cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
No vídeo é possível ver uma pessoa que estava dentro de um veículo prata segurando a bandeja com a droga enquanto dezenas de moradores do bairro se revezam para cheirar a cocaína usando canudos. “Qualquer lugar, manda, é só mandar”, diz um dos homens.
“Já passa o canudo para outro”, orienta um dos traficantes. Um dos usuários que formam uma fila chega a perguntar se poderia entrar novamente nela, para repetir o consumo da droga. Enquanto isso, um dos traficantes grita “Droga grátis, droga grátis! É só no Lagoinha” e “Chama o povo”.
Jornais do município, que tem 713 mil habitantes, confirmaram que a Polícia Civil já está apurando o caso. A Polícia Militar (PM) também está auxiliando a instituição policial com o objetivo de identificar os suspeitos que distribuíram as drogas no Natal.
Região está entre principais redutos da facção em Minas
Em setembro deste ano, O TEMPO produziu um especial que contou a história do PCC, que completou 30 anos em 2023. Entre os especialistas na facção e autoridades ouvidas pela reportagem, é um consenso que o principal reduto dos faccionados do “Comando” é justamente o Triângulo Mineiro.
“No Triângulo, e também no Sul de Minas, as pesquisas mostram que as pessoas são muito vinculadas quase a uma ideia de ‘ser paulista’, por conta da proximidade. Portanto, elas estão mais suscetíveis a essa ideia de que, se não tiver morte, não vai chamar atenção da polícia e o lucro será maior. Por isso, temos uma maior expansão, maior presença do PCC nestas regiões”, detalha a pesquisadora Ludmila Ribeiro, professora do Departamento de Sociologia da UFMG e pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp).
