Leandro Coelho, de 31 anos, usava um capacete na hora da agressão, que ficou completamente derretido. O homem mora sozinho em Campo Grande e não recebe ajuda financeira dos familiares.

Leandro Coelho ao lado da ex-namorada, Sônia Obelar — Foto: Redes Sociais

Um ano e quatro meses depois, o tatuador Leandro Coelho, de 31 anos, ainda vive sequelas da noite em que foi agredido pela ex-namorada, Sônia Obelar, 42. A mulher está foragida da polícia, suspeita de jogar soda cáustica do rosto de Leandro e o deixa cego. Sem conseguir trabalhar e na fila de espera dos auxílios do governo, o tatuador vendeu todos móveis, eletrodomésticos e antigos equipamentos de tatuagem para sobreviver.

Leandro solicitou, ainda em 2023, o benefício previsto pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). Ela garante um salário mínimo por mês para a pessoa com deficiência comprovar ser baixa renda. No entanto, o tatuador disse que teve o pedido negado, “porque a perícia constatou que não era uma deficiência”.

Ele entrou com recurso e passou por uma nova perícia, na qual determinaram que uma assistente social visitaria a casa dele e em seguida enviaria um parecer para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

“Mas eu tô até agora aqui esperando e ninguém veio, e depois ela ainda vai mandar os documentos pra lá e não sei quando vai sair o benefício. Tô com uma necessidade muito grande, vendi todas as minhas coisas, televisão, máquina, não tenho mais nada pra vender”, lamentou Leandro.
A família de Leandro também não tem condições de sustentá-lo. Ele explica que mora sozinho em Campo Grande e não pode voltar para a casa da mãe, que vive em outra cidade, porque precisa realizar tratamento médico constante na capital.