O Hamas, em comunicado, disse que o plano do tribunal de enviar representantes à Faixa de Gaza é bem-vindo e prometeu cooperar.
O governo de Israel disse que continuará sua operação em Rafah “respeitando o direito internacional”.

Corte Internacional de Justiça em Haia em sessão de janeiro, quando decidiu levar adiante processo da África do Sul contra Israel. — Foto: Piroschka van de Wouw/Reuters

A Corte Internacional de Justiça, o tribunal mais alto da Organização das Nações Unidas (ONU) para julgar disputas entre Estados, ordenou nesta sexta-feira (24) que Israel interrompa todas as operações militares em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

Os juízes também determinaram que o governo israelense deve permitir a entrada de ajuda humanitária pela fronteira entre o sul de Gaza e o Egito, além de garantir o acesso de observadores externos para monitorar a situação e reportar à corte, em um mês, sobre as medidas adotadas.

A decisão da Corte da ONU é obrigatória, mas o tribunal não dispõe de força policial para garantir que Israel vai cumpri-la.

Em resposta, o governo de Israel disse que alegações apresentadas na Corte são “falsas, ultrajantes e nojentas” e que a campanha militar “não levou e não vai levar à destruição da população palestina civil em Rafah”.

O governo de Israel disse que continuará sua operação em Rafah “respeitando o direito internacional”. Mas o ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich, disse que o país não aceitará a decisão, que chamou de “uma demanda para que Israel não exista”.

O Hamas, em comunicado, disse que o plano do tribunal de enviar representantes à Faixa de Gaza é bem-vindo e prometeu cooperar.

A sentença da Corte foi proferida diante de um pedido de emergência apresentado pelo governo da África do Sul, ao tribunal, sediado em Haia, na Holanda. O governo sul-africano acusa as forças israelenses de genocídio, o que Israel nega e alega legítima defesa.