Mbappé estrela principal dos ‘Le blues’ é filho de imigrantes camaroneses e argelinos e uma das principais pautas defendidas pela extrema-direita francesa, é justamente dificultar a imigração para o país.

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A dissolução da Assembleia Nacional, decidida pelo presidente da República, Emmanuel Macron, após a vitória do Rassemblement National nas eleições europeias, em 9 de junho, subitamente invadiu a vida da Seleção, concentrada na Alemanha, se sobrepondo às questões imediatas da estreia na Eurocopa.

A declaração contundente de Marcus Thuram no sábado, pedindo “para lutar para que o RN não passe”, e a do capitão Kylian Mbappé, que se posicionou no domingo “contra os extremistas e as ideias que dividem”, colocaram as considerações esportivas em segundo plano.

“A situação é mais importante do que o jogo de amanhã (segunda-feira)”, disse Mbappé durante uma coletiva de imprensa amplamente dedicada às eleições legislativas, antecipadas dos dias 30 de junho e 7 de julho.

É, portanto, em um contexto pesado e tenso que os vice-campeões do mundo vão iniciar o torneio.

Será necessário observar o impacto que os eventos do fim de semana terão na performance dos franceses, que vieram, acima de tudo, buscar um terceiro título continental após 1984 e 2000.

Mbappé, de qualquer forma, está acostumado a estar na linha de frente, ele que nunca teve medo de se posicionar sobre temas da sociedade.

O destino dos ‘Bleus’ dependerá, como sempre, da forma física de sua estrela, que deverá dissipar as dúvidas surgidas após uma temporada caótica com o PSG – iniciada com o anúncio interno de sua saída em fevereiro – e de uma preparação para Eurocopa marcada por problemas físicos (costas, joelho).

O futuro atacante do Real Madrid, terceiro maior artilheiro da história da seleção francesa (47 gols), perdeu um total de quatro sessões de treino antes de enfrentar os austríacos.