O documento descreve que o estudante fazia “zigue-zague” quando tentava ultrapassar no local, e colidiu com as duas mulheres.

Estudante de medicina na audiência de custódia. — Foto: Nadyenka Castro

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) ofereceu denúncia contra o estudante de medicina, João Vitor Fonseca Vilela, de 22 anos, que matou atropelada a corredora Danielle Oliveira, de 41 anos, na MS-010, em Campo Grande, no dia 15 de fevereiro. O estudante é acusado de homicídio, tentativa de homicídio e embriaguez ao volante. Ele está preso desde o dia do acidente.

O órgão pede ao juiz, através do documento, a abertura de uma ação penal com depoimento de Luciana Ferraz, que corria ao lado dela no momento do acidente. A amiga da vítima sofreu escoriações, precisando de atendimento, o que resultou na denúncia por tentativa de homicídio.

Júri popular
O MPMS pediu, ainda, que o acusado vá a júri popular. Para a promotora de Justiça Lívia Guadanhim Bariani, João assumiu o risco de dirigir seu carro, mesmo estando com a capacidade psicomotora alterada, por estar sob efeito de bebida alcoólica. O documento descreve que o estudante fazia “zigue-zague” quando tentava ultrapassar no local, e colidiu com as duas mulheres.

“O denunciado iniciou a condução de seu veículo assumindo o risco de produzir o resultado morte, denotando-se sua indiferença à integridade física alheia, visto que estava consciente do perigo concreto que poderia causar. Assim, acabou por colidir contra as vítimas”.
Outras quatro testemunhas que presenciaram o ocorrido foram listadas no documento e devem ser ouvidas.

Trâmite
Diante da denúncia, o juiz da 6ª Vara Criminal, Marcio Alexandre Wust, declarou que não tem autoridade legal para julgar o caso em questão, e encaminhou os documentos ao Tribunal do Júri.

De acordo com o Código de Processo Penal, compete ao Tribunal do Júri conhecer e julgar os crimes praticados contra a vida e os crimes a eles ligados.

A defesa do estudante entrou com um pedido de liberdade provisória mediante o cumprimento de medidas cautelares no último dia 24, porém ainda não teve resposta.