A ação dos agricultores da Aldeia Jaguapiru demonstra a importância da organização e da participação ativa da comunidade na defesa de seus direitos e na busca por melhores condições de vida.

Reunião dos agricultores com a CEAID no NAM – Foto: Reprodução/ Valdinei Garcia

Em um movimento de união e defesa de seus direitos, agricultores familiares indígenas da Aldeia Jaguapiru se reuniram na manhã de ontem (20) no Núcleo de Atividades Multiplas da UNIGRAN (NAM) com a coordenação da Coordenadoria Especial de Assuntos Indígenas (Ceaid) para assinar um documento de grande importância para a comunidade. O objetivo principal: solicitar a continuidade do atual modelo de gestão do único trator comunitário, que é utilizado pelo tratorista Afonso Cabreira e que é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento da agricultura local.

A iniciativa dos agricultores reflete a preocupação com a manutenção de um sistema que tem se mostrado eficiente e benéfico para a produção familiar. O trator comunitário, gerido de forma colaborativa, permite o acesso a maquinário agrícola para pequenos produtores, impulsionando a produção e garantindo a segurança alimentar da comunidade.

Pontos Chave da Reunião:

  • União dos Agricultores: A reunião demonstrou a força e a união dos agricultores familiares indígenas da Aldeia Jaguapiru em defesa de seus interesses.
  • Importância do Trator Comunitário: O trator comunitário foi destacado como ferramenta fundamental para o desenvolvimento da agricultura familiar na aldeia.
  • Solicitação à Ceaid: Os agricultores solicitaram à Ceaid a continuidade do atual modelo de gestão do trator comunitário, garantindo o acesso ao maquinário para todos.
  • Diálogo e Colaboração: A reunião foi marcada pelo diálogo aberto e colaborativo entre os agricultores e a coordenação da Ceaid.

O  documento:

Nós, agricultores familiares indígenas, viemos por meio deste documento solicitar a continuidade do atual modelo de gestão do trator comunitário, que tem sido fundamental para o fortalecimento da agricultura familiar em nossa comunidade. Destacamos que:
• O trator é de responsabilidade dos agricultores, incluindo as manutenções, a diária do motorista e o fornecimento do óleo. O mesmo atende as Retomados, jaguapiru e Bororó, as famílias mais vulnerável ele atende com as sobras de óleo de outros agricultores.
• A gestão do trator tem sido conduzida pelo tratorista Afonso Cabreira, profissional que há mais de 10 anos presta um serviço de extrema importância para os pequenos agricultores indígenas, demonstrando comprometimento e conhecimento das necessidades locais.

Afonso Cabreira realizando trabalho de arado – Foto: Reprodução/ Valdinei Garcia
  • A organização da preparação das terras é realizada pelas famílias, mediante agendamento prévio, garantindo um planejamento adequado e a participação comunitária no processo.
    Reforçamos a importância da manutenção desse modelo de trabalho, pois qualquer mudança poderá dificultar a preparação das terras, comprometendo diretamente a produção agrícola e a subsistência das famílias que dependem desse serviço. Estamos abertos a dialogar sobre eventuais propostas que visem melhorias, desde que não prejudiquem as famílias e que valorizem o trabalho do tratorista, que tem sido peça-chave nesse processo ao longo dos anos. Aguardamos um retorno e contamos com a sensibilidade do CEAID para compreender a relevância desse pedido para a continuidade e fortalecimento da agricultura familiar indígena.