O trecho final da obra, que está interditado, está concluído faz mais de meio ano e por enquanto não existe nenhuma previsão para que a segunda etapa da obra seja iniciada.

Uma cena inusitada tem chamado a atenção em Campo Grande: os 400 metros finais da avenida Alto da Serra “voltou a ser fazenda”, na região sul da Capital, se transformando em uma área rural, delimitada por uma cerca de arame. A transformação, que surpreendeu moradores e motoristas, levantou questões sobre o uso do espaço urbano e a expansão da cidade.
Com um investimento de R$ 53,24 milhões investidos pelo Governo do Estado na avenida que tinha como objetivo principal a abertura de um novo acesso da região central de Campo Grande às Moreninhas. A avenida, que antes se estendia por completo, agora encontra uma barreira de arame que a interrompe, dando lugar a um cenário rural com animais e vegetação. A mudança repentina tem gerado curiosidade e questionamentos sobre os motivos por trás da transformação.
O Governo do Estado, responsável pela obra iniciada no final de 2022 e a primeira parte foi concluída em julho de 2024, instalou uma placa informando que o acesso é proibido. Moradores da região informaram que o local havia se transformado em palco de descarte de lixo e de manobras radicais de motociclistas. Por conta disso, acreditam, o acesso foi vetado. O trecho final da obra, que está interditado, está concluído faz mais de meio ano e por enquanto não existe nenhuma previsão para que a segunda etapa da obra seja iniciada.
Nota da Agesul:
Em nota, a Agesul deu uma explicação para a demora em iniciar a segunda etapa: “Ainda aguardamos a conclusão das desapropriações, que são de responsabilidade da Prefeitura de Campo Grande, para dar sequência à segunda etapa das obras”.
Quando do lançamento da primeira fase, inicialmente contratada por R$ 41,3 milhões, foi anunciado investimento de R$ 32 milhões na segunda parte, prevendo pavimentação, drenagem, construção de ponte e instalação de ciclovia.
Em janeiro de 2023 a Agesul chegou a abrir licitação para contratação de uma empreiteira. Contudo, os trâmites foram interrompidos e a promessa feita no final de julho de 2024 era de que uma nova licitação estava prestes a ser divulgada. Até agora, porém, ela não foi anunciada.
Também em janeiro de 2023 a prefeitura de Campo Grande desapropriou 52 imóveis para permitir a implantação da nova avenida. As indenizações, porém, somente começaram depois que alguns proprietários recorreram à Justiça e até agora não foram concluídas. Juntas, elas somam pouco mais de R$ 10,5 milhões e até este valor a administração estadiaç está bancando.
Por enquanto, a nova avenida está ligando a região das Moreninhas a uma pastagem protegida por uma cerca de arame na qual está afixada uma placa informando que na região é proibido caçar, pescar, nadar, desmatar, jogar lixo e fazer fogo, por ser uma Área de Preservação Permanente (APP).
A nova avenida termina logo depois do córrego Lageado, que recebeu uma grande ponte e para o qual foi direcionada a gigantesca estrutura de drenagem da água da chuva instalada na região.
