Ao levar a indígena para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC) de Dourados, a equipe policial notou que ela apresentava queimaduras recentes e aínda foi encontrado junto dela caixas de fósforo.

Uma mulher indígena foi presa na noite desta segunda-feira (31) pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) de Dourados, sob participação direta na morte de três pessoas carbonizadas em uma área de retomada próxima à aldeia Bororó. O crime ocorreu na manhã desta segunda-feira. As vítimas foram uma idosa Líria Snared, 76 anos, Janaína Benítez Amarilha 36 anos e Marina Amarilha Paula de 1 ano.
A prisão da suspeita foi confirmada pelo delegado Erasmo Cubas após uma entrevista coletiva. Segundo o delegado, as mortes foram de natureza criminosa. Ao levar a indígena para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC) de Dourados, a equipe policial notou que ela apresentava queimaduras recentes e aínda foi encontrado junto dela caixas de fósforo.
As investigações do SIG avançaram com a localização de uma testemunha que teria presenciado os fatos. O depoimento da testemunha revelou detalhes chocantes: uma criança de um ano teria sido asfixiada até a morte e seu corpo colocado junto ao de uma idosa, que foi agredida fatalmente na cabeça. Ambas foram queimadas junto ao corpo da mãe da criança, que no momento do crime estaria dormindo sob efeito de embriaguez.
O delegado Erasmo Cubas também se manifestou sobre uma nota divulgada na tarde desta segunda-feira pelo Governo Federal, através do Ministério dos Direitos Humanos, que apontava para um possível conflito entre ruralistas e indígenas como causa das mortes. “Eu lamento muito, as coisas têm que ser feitas com profissionalismo, no mínimo irresponsável as mídias que vincularam isso”, declarou o delegado, criticando a divulgação de informações preliminares sem a devida apuração. A nota até então foi removida ainda no período desta tarde.
As investigações sobre o triplo homicídio seguem em andamento para esclarecer completamente as circunstâncias e motivações do crime, bem como a participação de outros possíveis envolvidos. A prisão da suspeita representa um avanço nas investigações, mas a polícia continua trabalhando para elucidar todos os detalhes desta tragédia que chocou a região.
