A família está cuidando dos trâmites para o translado do corpo, que só deve chegar dos Estados Unidos, onde ela morreu, à capital fluminense a partir de quarta-feira (23) devido a burocracias.

Cantora e atriz, Preta Gil – Foto: Divulgação

A cerimônia de despedida da cantora Preta Gil deve acontecer nos próximos dias e será na cidade do Rio de Janeiro, informou a assessoria do cantor Gilberto Gil.

A família afirma que o desejo dela era ser velada no Theatro Municipal.

Carnavalesca e festeira, criadora do Bloco da Preta, a cantora também deixou outro pedido: que o cortejo do corpo fosse feito em um trio elétrico.

Ainda não há confirmação sobre a data e o local ou se o corpo será cremado ou enterrado. A família está cuidando dos trâmites para o translado do corpo, que só deve chegar dos Estados Unidos, onde ela morreu, à capital fluminense a partir de quarta-feira (23) devido a burocracias.

“Ela será velada na cidade do Rio de Janeiro, onde sua família, amigos e o público poderão prestar suas últimas homenagens. Tão logo tenhamos as informações do funeral, divulgaremos aqui. Agradecemos, mais uma vez, o carinho, o respeito e a compreensão de todos”, postou a equipe do pai, Gilberto Gil, na redes sociais.

Morte aos 50 anos
Preta Gil, de 50 anos, morreu neste domingo (20), em decorrência de complicações de um câncer no intestino. Ela estava em Nova York, onde fazia um tratamento experimental contra a doença que ela tratava desde janeiro de 2023.

Após o tratamento inicial no Brasil com quimioterapia e radioterapia, e uma cirurgia para remoção de tumores em agosto de 2024, o câncer retornou em outras regiões do corpo, levando à retomada de intervenções médicas.

Nos EUA, a artista continuou seu tratamento contra o câncer, com foco em terapias experimentais. Ela estava hospedada em Nova York e viajava para Washington para receber o tratamento em um centro médico especializado.

À noite, Gilberto Gil divulgou uma nota nas redes sociais informando que a família está organizando a repatriação do corpo da filha.

O governo do RJ e Prefeitura do Rio decretaram luto de 3 dias pela morte da artista.

“Eu lembro que fui mostrar para o meu pai e ele falou: ‘Desnecessário, Preta’. Aquilo foi uma confusão na minha cabeça. Mas meu pai é um sábio. Ele sabia exatamente o que eu ia passar depois. Eu lancei o disco achando que estava abafando, mas veio uma enxurrada de muitas críticas na época. De muito conservadorismo”, disse Preta em entrevista a Pedro Bial.

O segundo álbum de Preta Gil, intitulado “Preta”, foi lançado em setembro de 2005 e tinha as músicas “Muito Perigoso” e “Eu e você, você e eu”. Em 2010, a cantora lançou seu terceiro álbum, o “Noite Preta”, festa com que percorreu o Brasil inteiro por sete anos.

Após o sucesso da turnê, Preta criou o show “Baile da Preta”, com um repertório diverso. “O Baile da Preta retrata a minha personalidade musical, meu ecletismo, meu gosto e meu respeito pela MPB, que para mim, abrange desde Caetano Veloso e Gilberto Gil até Aviões do Forró e Psirico”, explica a cantora em seu site oficial.

No mesmo ano, Preta estreou o programa de televisão “Vai e vem”. Tendo um elevador como cenário, Petra recebia convidados para falar sobre sexo. “Queria que fosse um programa sem vulgaridade, com inteligência, com humor”, contou Preta em entrevista a Jô Soares.

Em 2012, Preta lançou “Sou como Sou”, pela gravadora DGE Entertainment, com músicas “Mulher Carioca” e “Relax”.

Para celebrar seus dez anos de carreira, Preta Gil gravou o DVD “Bloco da Preta”. Com mix de ritmos brasileiros que ia do pop ao sertanejo, passando pelo funk, axé, pagode e samba, Preta cantou acompanhada dos ritmistas da bateria “Black Power”, além de ter participações de Lulu Santos, Ivete Sangalo, Anitta, Israel Novaes e Thiaguinho.

Preta também foi a responsável por criar um dos maiores blocos da história do carnaval carioca. Em 2010, o “Bloco da Preta” desfilou pela primeira vez e, em 2017, ela conseguiu “arrastar” mais de 500 mil foliões pelas ruas do Centro do Rio com uma homenagem a Chacrinha.