Durante o julgamento, ele disse aos jurados que estava sob efeito de cocaína quando matou a mãe. Ele contou que passou 22 dias em uma clínica de reabilitação, mas deixou o tratamento pouco antes do crime.

Diego Pires de Souza, de 37 anos, foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão por matar a mãe, Mariza Pires, de 66. O crime ocorreu em dezembro de 2024, em Campo Grande. Durante o julgamento de ontem (20), ele confessou o feminicídio. O julgamento aconteceu na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, sob comando do juiz Aluízio Pereira dos Santos. Este foi o primeiro caso de feminicídio julgado após a mudança na lei, que ampliou a pena de 12 a 30 anos para 20 a 40 anos de prisão.
Durante o julgamento, Diego disse aos jurados que estava sob efeito de cocaína quando matou a mãe. Ele contou que passou 22 dias em uma clínica de reabilitação, mas deixou o tratamento pouco antes do crime.
“Eu tinha saído do serviço, mandei uma mensagem para ela e a localização, avisando que a bicicleta tinha quebrado. Aí cheguei em casa, tomei banho e fui deitar a bicicleta. Nesse meio tempo entrei no quartinho, peguei a droga e usei novamente. Um tempo depois, peguei a pá e fui para dentro de casa. Depois só me recordo da polícia chegando”, declarou.
A versão foi contestada pelo irmão de Diego, de 32 anos. “Ele sempre foi uma pessoa complicada. Não acredito que estivesse sob efeito de drogas, mas sim que tenha tido uma discussão com minha mãe e fez isso”, afirmou.
Sobre o crime
O crime aconteceu em 27 de dezembro de 2024, na casa de Mariza, no bairro Parque Residencial União, em Campo Grande. Segundo a denúncia, Diego atacou a mãe com golpes de pá e, depois, pediu ajuda a vizinhos dizendo que ela havia caído.
A versão não convenceu. Socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) identificaram que os ferimentos não eram compatíveis com uma queda.
As contradições no depoimento levantaram suspeitas. Uma câmera de segurança flagrou o momento em que Diego descartava a arma do crime. Ele foi preso pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e aguardava julgamento desde então.
