Entre os jornalistas mortos, um deles trabalhava como freelancer para a agência de notícias Reuters, outro trabalhava para a Associated Press (AP), e os outros dois prestavam serviços à TV catari “Al Jazeera”.

Palestinos encontram equipamentos de filmagem em local de ataque israelense no hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, em 25 de agosto de 2025. — Foto: REUTERS/Hatem Khaled

Imagens feitas de dentro e de fora do hospital da Faixa de Gaza atacado nesta segunda-feira (25) por Israel mostram o momento em que jornalistas e equipes de resgate são atingidos por um dos mísseis disparados por forças israelenses.

O ataque em série matou 20 pessoas, entre eles quatro jornalistas, e deixou diversas pessoas feridas, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo grupo terrorista Hamas.
O hospital Nasser, o único em funcionamento de Khan Younis, no sul de Gaza, foi atingido com dois mísseis. Testemunhas disseram à Reuters que houve um intervalo entre os dois ataques: a segunda ofensiva, de acordo com os relatos, ocorreu quando equipes de resgate e jornalistas estavam no local.

O hospital Nasser, o único em funcionamento de Khan Younis, no sul de Gaza, foi atingido com dois mísseis. Testemunhas disseram à Reuters que houve um intervalo entre os dois ataques: a segunda ofensiva, de acordo com os relatos, ocorreu quando equipes de resgate e jornalistas estavam no local.

Um dos vídeos foi feito de dentro do hospital por um dos jornalistas atingidos. O profissional registrava o trabalho da equipe de resgate no atendimento a feridos e retirada de corpos de vítimas do primeiro ataque quando uma nova explosão é registrada. A imagem é interrompida por uma nuvem de poeira.

No segundo vídeo, um cinegrafista da TV local Alghad filmava, da rua, o local atingido pelo primeiro ataque, segundo a agência de notícias Reuters. (Veja no vídeo acima). As imagens são fortes.

O hospital Nasser é o maior da cidade de Khan Younis, e único ainda operacional no sul de Gaza, segundo o Ministério da Saúde palestino. A Defesa Civil de Gaza afirmou que esta foi a 26ª vez que suas equipes são alvos de ataques israelenses durante trabalhos de resgate.

O Exército israelense confirmou o bombardeio e lamentou “qualquer ferimento entre pessoas não envolvidas”, sem especificar o que isso significa. A pasta disse também não ter tido intenção de atingir jornalistas, mas não explicitou quem era o alvo do ataque. Procurado pela Reuters, o gabinete do premiê Benjamin Netanyahu não quis comentar o ocorrido.

Jornalistas mortos

Entre os jornalistas mortos, um deles trabalhava como freelancer para a agência de notícias Reuters, outro trabalhava para a Associated Press (AP), e os outros dois prestavam serviços à TV catari “Al Jazeera”.

Israel não permite a entrada em Gaza de repórteres de agências de notícias ou grandes veículos internacionais para cobrir o conflito, o que contraria diretrizes da ONU que asseguram o direito da presença de jornalistas dentro de zonas de guerra. Para contornar a questão, esses meios de comunicação contratam jornalistas palestinos para reportarem a situação de dentro do enclave.

A Reuters lamentou a morte de Hussam al-Masri, e disse que o fotógrafo Hatem Khaled, outro palestino que prestava serviços à agência, ficou ferido no ataque. Uma transmissão ao vivo que Hussam operava foi interrompida abruptamente no momento do ataque inicial, segundo imagens da agência.

“Estamos devastados com a notícia da morte do contratado da Reuters Hussam al-Masri e dos ferimentos de outro de nossos contratados, Hatem Khaled, em ataques israelenses ao hospital Nasser, em Gaza, hoje. Estamos buscando urgentemente mais informações e pedimos às autoridades em Gaza e em Israel que nos ajudem a conseguir assistência médica imediata para Hatem”, disse um porta-voz da Reuters.

No início de agosto, outros seis profissionais da TV “Al Jazeera” morreram em um ataque de Israel. O governo israelense rompeu os laços com o veículo e acusa seus jornalistas de integrarem o Hamas, algo que a “Al Jazeera” nega.

O ataque ocorre em meio a uma intensificação da ofensiva israelense em Gaza, com o início de uma ampla operação terrestre para tomar a Cidade de Gaza e, posteriormente, a totalidade do território palestino. Tanques israelenses foram vistos se posicionando na fronteira com Gaza nesta segunda-feira, e aviões e

Segundo o Sindicato dos Jornalistas Palestinos, mais de 240 jornalistas palestinos foram mortos por tiros israelenses em Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023.