A pousada está em nome de Rérison Antônio Castro Leite, filho do governador Wanderlei Barbosa — afastado do cargo nesta quarta-feira (3) durante operação da PF.

Investigação da Polícia Federal mostra que parte do dinheiro desviado em esquema no Tocantins durante a pandemia de Covid-19 foi usado para a construção de uma pousada de luxo em nome do filho do governador, Wanderlei Barbosa (Republicanos).Segundo investigadores, a Pousada Pedra Canga fica localizada na Serra de Taquaruçu, um distrito da capital, Palmas, e “foi constatado o direcionamento de grandes somas de recursos para a construção” do empreendimento. Cerca de R$ 2,4 milhões teriam sido destinados à obra em dois anos.
Segundo investigadores, a Pousada Pedra Canga fica localizada na Serra de Taquaruçu, um distrito da capital, Palmas, e “foi constatado o direcionamento de grandes somas de recursos para a construção” do empreendimento. Cerca de R$ 2,4 milhões teriam sido destinados à obra em dois anos.
A pousada está em nome de Rérison Antônio Castro Leite, filho do governador Wanderlei Barbosa — afastado do cargo nesta quarta-feira (3) durante operação da PF.
Os investigadores indicam que o governador é suspeito de chefiar a organização criminosa. A decisão de afastá-lo por seis meses é do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e será analisada pelos demais ministros.
O governador afirmou que respeita a decisão, mas vê o afastamento como “medida precipitada” e que determinou auditorias nos contratos assinados durante a pandemia (veja a íntegra no fim da reportagem).
O envio de recursos desviados para a pousada, indica a PF, começou em julho de 2022 e acontece até o momento. Foi mapeado o envio de mais de R$ 2,4 milhões para a construção do empreendimento entre os dias 21 de junho de 2022 e 30 de julho de 2024.
Entre as provas indicadas pela PF está uma conversa interceptada entre Rérison e Marcos Martins Camilo, então chefe de gabinete do governador.
Em determinado momento, o filho diz que “até a última vez que eu falei com ele, ele não queria que botasse nada no nome dele não”. Para a PF, o termo “ele” se refere a Wanderlei Barbosa, que teria utilizado o filho para ocultar patrimônio.
“Com o escopo de justificar o afluxo de capital de Wanderlei Barbosa Castro para o empreendimento, o balanço financeiro da pousada passou a indicar os aportes como sendo transferências de ‘Investidor-Anjo’, termo utilizado em direito empresarial para qualificar aquele que aporta recursos em empreendimentos em estruturação, em troca de futura participação societária”, diz trecho da investigação.
