Jogo de gente grande. Sabíamos que o duelo poderia acontecer, como de fato vai. Sempre ficamos de olho nas partidas da Itália, no que elas estão fazendo e de que maneira.

Quanto maior o desafio, mais intensa a preparação, e José Roberto Guimarães sabe disso. À frente da seleção brasileira feminina de vôlei desde 2003, o técnico já conquistou dois ouros olímpicos e se acostumou a subir ao pódio. Mesmo assim, diz que ganhar da Itália na semifinal do Mundial deste ano seria “um sonho realizado”. As palavras mostram a importância da partida, que ocorrerá no sábado (6), em Bangkok, e dará ao Brasil a chance de encerrar uma invencibilidade de 34 jogos das italianas.
Ainda que tivesse outros desafios até a semifinal, Zé observou a seleção da Itália desde o início do Mundial da Tailândia. Nos últimos anos, a equipe europeia assumiu o posto mais alto do cenário mundial do vôlei feminino, empilhando títulos, como o ouro olímpico em Paris e duas conquistas consecutivas da Liga das Nações, em 2024 e 2025. Desempenho que impõe respeito e aumenta a dificuldade da missão brasileira neste sábado.
Jogo de gente grande. Sabíamos que o duelo poderia acontecer, como de fato vai. Sempre ficamos de olho nas partidas da Itália, no que elas estão fazendo e de que maneira. Agora, com a vaga na semifinal, vem o estudo mesmo em cima do time. Precisamos ter agressividade em todas as funções, porque isso também significa energia, atenção. Todos teremos que dar 100%. Ganhar seria um sonho realizado – comentou Zé, que também fez uma análise das adversárias:
A Itália erra pouco e tem se movimentado muito bem no sistema defensivo. Joga de maneira simples, mas bem objetiva. Acho que a (oposta) Egonu está atravessando o melhor momento da carreira dela. Sylla (ponteira) vem bem, as centrais também, e a líbero De Gennaro é sempre sólida na defesa e no passe. É uma equipe que te dá poucos pontos. Você precisa construí-los e tentar errar o mínimo possível.
Até agora, as italianas só perderam um set no Mundial – para a Bélgica, ainda na primeira fase. O Brasil, por outro lado, teve mais momentos de instabilidade, principalmente nos jogos contra França e República Dominicana. Para alcançar a final, precisará minimizar erros.
Um dos trunfos de Zé Roberto é Gabi. Capitã da equipe brasileira e respeitada internacionalmente, a ponteira tem aparecido como principal arma da seleção no ataque, com 78 pontos anotados no Mundial. Também tem a terceira melhor recepção do torneio.
Mas a ajuda de Gabi contra a Itália não é esperada apenas nas estatísticas. A jogadora atua pelo Conegliano, atual campeão da liga italiana, e conhece muito bem as adversárias de sábado, tendo jogado com ou contra muitas delas. Por isso, dá opiniões e informações, que são acolhidas por Zé.
Essa troca é muito válida. Nosso jogo vai passar pelo sistema tático, defensivo. Mais do que isso, também vale nossa energia, nossa lucidez. Não é necessariamente diminuir a agressividade, mas ter inteligência para saber o que fazer em cada situação. Sinto a equipe muito confiante, e a comunicação em quadra fará a diferença para nós – apontou Gabi.
Logo após a vitória sobre a França, nas quartas do Mundial, a capitã da seleção brasileira falou em encarar a Itália de uma maneira diferente em relação à Liga das Nações (VNL). Em 2025, a equipe verde-amarela foi derrotada duas vezes pelas italianas na VNL – um dos reveses, inclusive, veio na final, por 3 sets a 1.
