A Rússia confirmou o ataque e afirmou que a ofensiva teve como alvo fábricas de armamentos ucranianas, infraestrutura de transporte utilizada pelo Exército da Ucrânia, aeródromos e arsenais.

A Rússia lançou neste domingo (7) o maior ataque aéreo desde o início da guerra contra Kiev, capital da Ucrânia. Ao menos quatro pessoas morreram.
Pela primeira vez, um prédio do governo ucraniano em Kiev foi atingido por um bombardeio. Uma coluna de fumaça foi vista saindo do prédio que abriga os gabinetes dos ministros da Ucrânia, localizado no distrito histórico de Pechersky. Ainda não se sabe se o edifício foi diretamente bombardeado ou se foi atingido por destroços de um ataque nas redondezas.Ainda não se sabe se o edifício foi diretamente bombardeado ou se foi atingido por destroços de um ataque nas redondezas.
“Esses assassinatos agora, quando a diplomacia real já poderia ter começado há muito tempo, são um crime deliberado e um prolongamento da guerra”, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em uma publicação no X, fazendo um novo apelo aos aliados para reforçarem as defesas aéreas da Ucrânia.
A Rússia confirmou o ataque e afirmou que a ofensiva teve como alvo fábricas de armamentos ucranianas, infraestrutura de transporte utilizada pelo Exército da Ucrânia, aeródromos e arsenais.
Zelensky afirmou também que conversou com o presidente da França, Emmanuel Macron, sobre os ataques deste sábado. “Combinamos os nossos esforços diplomáticos, os próximos passos, e contatamos parceiros para assegurar uma resposta apropriada”, afirmou o ucraniano em uma mensagem transmitida pelo aplicativo de mensagens Telegram.
No X, Macron condenou o ataque e afirmou que a Rússia “está se aprofundando cada vez mais na lógica da guerra e do terror”.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, também manifestou solidariedade à Ucrânia. “Esses ataques covardes mostram que [o presidente russo Vladimir] Putin acredita que pode agir impunemente. Ele não está sério sobre a paz”, afirmou em comunicado.
Ainda segundo Zelensky, a ofensiva também causou danos no norte, sul e leste do país, incluindo as cidades de Zaporizhzhia, Kryvyi Rih e Odesa, além das regiões de Sumy e Chernihiv.
Negociações por acordo de cessar-fogo
Até agora, Moscou vinha evitando alvos centrais do governo em Kiev. O ataque refletiu o crescente pessimismo na Ucrânia e entre os aliados quanto à possibilidade de o conflito terminar em breve, com o presidente russo Vladimir Putin resistindo a pedidos de cessar-fogo e encorajado pelo fortalecimento das relações com a China.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por sua vez, demonstrou frustração crescente com Moscou desde que se reuniu com Putin no mês passado, mas até agora resistiu a impor sanções mais duras como forma de pressionar a Rússia a negociar.
Na sexta-feira, o presidente americano disse estar trabalhando em garantias de segurança para a Ucrânia que, segundo ele, ajudariam a encerrar o conflito mais mortal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Aliados europeus de Kiev prometeram apoio político e militar à Ucrânia, mas ofertas concretas de ajuda, incluindo a possibilidade de envio de tropas, ainda estão em discussão.
O ministério da Defesa ucraniano disse que uma nova reunião com aliados de Kiev está prevista para a próxima semana, quando serão discutidas defesas aéreas e suprimentos para ataques profundos contra a Rússia.
Segundo a agência de notícias AFP, um ataque a um prédio residencial no oeste de Kiev matou duas pessoas. Uma das vítimas é um bebê de três meses.
Mais duas pessoas foram mortas em ataques no leste e no sudeste do país.
