Na ocasião do milagre, o relicário trazia um fragmento de roupa usada por Carlo. A missa foi celebrada por um frei que visitava a cidade, levando a relíquia a diversas comunidades.

Pulôver azul, usado pelo beato em vida foi doado pela família, em Campo Grande. — Foto: Reginaldo Araújo

Era uma manhã comum na Capela Nossa Senhora Aparecida, pertencente à Paróquia São Sebastião, em Campo Grande (MS), quando, em 2013, Matheus Vianna, na época com apenas 3 anos e gravemente doente participou de uma missa onde estava exposto o relicário de Carlo Acutis. O toque no objeto sagrado mudou a vida do menino e da comunidade.

Na ocasião do milagre, o relicário trazia um fragmento de roupa usada por Carlo. A missa foi celebrada por um frei que visitava a cidade, levando a relíquia a diversas comunidades. O menino, que sofria de atresia pancreática, tocou a relíquia e, dias depois, passou a se alimentar normalmente, contrariando todos os prognósticos médicos.

“O garoto estava raquítico e tinha problemas sérios de saúde. Logo após tocar a vestimenta, ele foi curado”, afirmou o padre Marcelo Tenório, em entrevista, em novembro de 2019.
Anos depois, em 2019, o Vaticano reconheceu oficialmente o episódio como milagre, abrindo caminho para a beatificação de Carlo. Desde então, a igreja ganhou novo significado para os fiéis, que passaram a vê-la como um espaço de cura, fé e proximidade com o santo millennial.

Hoje, lugar de oração e testemunhos

Localizada no bairro Jardim Marabá, a paróquia passou a receber grupos de oração, novenas e peregrinos de outras cidades que desejam conhecer o local do milagre.

Construída na década de 1980, a igreja é simples em sua estrutura, mas hoje abriga um dos momentos mais extraordinários da fé brasileira recente. Para os moradores do bairro, o local se transformou em um símbolo da santidade possível no cotidiano.

“Eu realmente me apaixonei pela história dele, e eu tenho Carlo como meu santo de devoção, junto de Santa Teresinha, porque ele realmente é um exemplo para mim e é um exemplo de vida que acho que todos devemos seguir, especialmente os jovens”, relatou a estudante de 14 anos, Maria Beatriz Monteiro Silva.

Relíquia de primeiro grau

Hoje, a capela conta com um altar que guarda uma relíquia de primeiro grau: um fragmento do coração de Carlo. O local é aberto ao público e recebe visitas diariamente.

“É uma relíquia de primeiro grau, em tamanho pequeno e bem discreto, algo que foi cedido pela mãe do Carlo”, afirmou ao g1 o padre Marcelo Tenório, responsável pelo local.

Casaco doado pela família do beato

Desde que chegou a Mato Grosso do Sul, onde ocorreu o primeiro milagre atribuído à Acutis, o casaco é cuidado com toda delicadeza e considerado uma relíquia do jovem que vai se tornar santo.

Para a Igreja Católica, a roupa é considerada relíquia de segundo grau por ter contato direto com o corpo de Carlo. Campo Grande já guarda relíquias de primeiro grau, como fios de cabelo e fragmentos de seu coração.

Programação especial na igreja

A Paróquia São Sebastião será uma das principais sedes das celebrações locais da canonização de Carlo. A programação inclui:

•Missa solene
•Vigília com jovens
•Terço luminoso em frente à igreja
•Bênção com relicário original