Que a justiça seja feita. Eu sou uma mãe que luta, não mexe com meus filhos, porque eu vou até o fim. Com a ajuda de todas as mães, da imprensa e demais pessoas, eu consegui recuperar os meus filhos”afirmou Klissia em vídeo nas redes sociais.

Klissia e os filhos — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Após 71 dias de muita tensão, Klissia Santos Silva, de 28 anos, reencontrou os filhos na tarde desta quinta-feira (18), no Bairro Shopping Park, em Uberlândia. As duas crianças, uma menina de 5 anos e um menino, de 7, foram levadas pelo pai para passarem parte das férias escolares no dia 9 de julho e não foram devolvidas à mãe na data combinada, 21 do mesmo mês.

“Conseguimos pegar as crianças, estou com elas dentro do carro e elas estão resguardadas. Que a justiça seja feita. Eu sou uma mãe que luta, não mexe com meus filhos, porque eu vou até o fim. Com a ajuda de todas as mães, da imprensa e demais pessoas, eu consegui recuperar os meus filhos”

“Eu não iria me calar, não mexe com os meus filhos, eu vou até o final por eles. Eles estão bem. Durante a entrega houve xingamento, tudo que vocês possam imaginar, mas eu vou até o final. Uma mãe não se cala. A angústia acabou”, afirmou Klissia em vídeo nas redes sociais.


Em nota o advogado Wallison Hilário Alves, que representa o pai das crianças, Fábio de Paula, afirmou que seu cliente firmou acordo com a Polícia Civil de Tupaciguara e com as advogadas da mãe para entrega de forma voluntária das crianças na quinta-feira.

Segundo ele, o pai cumpriu com o acordo, se colocou à disposição das autoridades policiais e irá buscar seus direitos para reaver a guarda dos filhos.

Quase um mês sem notícias dos filhos

Segundo Klissia, ela tem a guarda unilateral dos filhos desde abril, ou seja, é a responsável legal por todas as decisões relativas à vida das crianças. O pai, de 49 anos, tem direito de convivência, podendo ficar com os filhos em finais de semana alternados e durante parte das férias escolares.

Antes da definição judicial, o casal mantinha apenas um acordo informal, em que os filhos permaneciam com a mãe e o pai os visitava.

Klissia contou que o ex-companheiro deveria devolver as crianças até as 9h do dia 21 de julho. No entanto, como o combinado não ocorreu, por volta das 11h do mesmo dia, ela registrou o primeiro boletim de ocorrência relatando a falta de contato com os filhos. No dia seguinte, um novo registro foi feito, desta vez informando o desaparecimento.

No dia 24 de julho, o juiz Roberto Bertoldo Garcia, da 2ª Vara Cível, Criminal e da Infância e Juventude da comarca de Tupaciguara, expediu com urgência um mandado de busca e apreensão das crianças. A decisão determinou que buscas fossem feitas nos endereços informados pela mãe, com autorização para o uso de força policial, se necessário.

“Eu fui juntamente com a Polícia Militar e com a assistência social. Fomos nas duas casas que ele tinha e recebemos informações de que ele havia vendido esses imóveis e também materiais de trabalho. Ele mexia com sorvete e açaí, então vendeu a máquina de sorvete, vendeu o freezer… Enfim, vendeu bens”, relatou Klissia.

Ainda segundo a mãe, a família do homem informou ter tido contato com ele pela última vez em 11 de julho, quando teria dito que viajaria para Caldas Novas (GO) com as crianças e um amigo.

Apesar do embate no processo judicial pela guarda e da resistência inicial por parte do pai, Klissia contou que ele sempre seguiu as determinações da Justiça com relação às visitas. Ela também disse que o ex-companheiro nunca demonstrou intenção de desaparecer com os filhos.

“Até então, estava tudo bem. Ele pegava e entregava certinho. E eu tenho que cumprir a lei, entreguei as crianças. No período das férias, elas ficam metade comigo e metade com ele. E eu sempre cumpri com o que foi determinado. Mas ele nunca demonstrou que faria esse tipo de coisa.”