Trump pressionou novamente o Hamas nesta terça-feira e disse que dá “de 3 a 4 dias” para o grupo terrorista responder à sua proposta. “Estamos esperando a resposta do Hamas. Não há muito espaço para negociações com eles”, disse o presidente americano.

O grupo terrorista Hamas afirmou nesta terça-feira (30) que está estudando a proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para finalizar a guerra na Faixa de Gaza, porém não deu prazo para resposta. Israel já aceitou o plano apresentado por Trump ainda na segunda-feira. “O Hamas inicia hoje uma série de consultas entre seus dirigentes políticos e militares, tanto dentro como fora da Palestina. As conversas podem durar vários dias, dada sua complexidade, em particular para coordenar a comunicação entre os membros da liderança e os movimentos após a agressão israelense em Doha”, afirmou uma fonte do Hamas, sob condição de anonimato, à agência de notícias AFP.
Trump pressionou novamente o Hamas nesta terça-feira e disse que dá “de 3 a 4 dias” para o grupo terrorista responder à sua proposta. “Estamos esperando a resposta do Hamas. (…) Não há muito espaço para negociações com eles”, disse o presidente americano a repórteres na saída da Casa Branca.
A proposta de Trump tem 20 pontos e prevê a Faixa de Gaza como uma zona livre de grupos armados. Integrantes do grupo terrorista Hamas podem receber anistia, desde que entreguem suas armas e se comprometam com a convivência pacífica.
A fonte do Hamas acrescentou à AFP que o Hamas dará uma resposta “que representará o Hamas e os movimentos da resistência” palestinos. Outra fonte palestina também confirmou à AFP que o Hamas está examinando o plano.
Em coletiva de imprensa na segunda-feira, Trump disse que apoiará medidas militares para eliminar o Hamas de forma definitiva caso o grupo terrorista rejeite a proposta. Já Netanyahu declarou que concorda com o plano e que Israel avançará na ofensiva caso o acordo não seja fechado.
“Se o Hamas rejeitar seu plano, senhor presidente, ou se supostamente aceitá-lo e depois basicamente fizer de tudo para contrariá-lo, então Israel concluirá o trabalho por conta própria”, disse Netanyahu.
O porta-voz do ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari, afirmou nesta terça-feira que o governo catari realizará conversas com negociadores do grupo terrorista e com o governo turco para discutir a proposta de Trump —um indicativo de que retornou às funções de mediador no conflito após Israel ter se desculpado pelo ataque contra membros do Hamas em Doha. Ansari disse ainda que “a delegação do Hamas prometeu estudar [o plano de Trump] de forma responsável”.
Um oficial com conhecimento das tratativas internas do Hamas afirmou à agência de notícias Reuters nesta terça que “os negociadores analisariam a proposta de boa-fé e dariam uma resposta”.
O que Israel disse sobre a proposta?
Netanyahu se reuniu com Trump na Casa Branca nesta segunda-feira. Mais tarde, em coletiva de imprensa ao lado do presidente americano, o premiê israelense disse que apoiava o plano para encerrar o conflito em Gaza.
“Isso trará de volta a Israel todos os reféns, desmantelará as capacidades militares do Hamas, encerrará seu domínio político e garantirá que Gaza nunca mais represente uma ameaça”, afirmou.
Ele acrescentou que, se o Hamas rejeitar o acordo, Israel concluirá o trabalho para eliminar o grupo terrorista. Segundo Netanyahu, o conflito será finalizado “da maneira mais fácil ou da maneira mais difícil”, a depender da resposta do inimigo.
Por outro lado, o premiê israelense demonstra resistência a alguns pontos do plano de Trump, principalmente sobre a criação de um Estado palestino no futuro, segundo a agência Reuters.
Recentemente, Netanyahu afirmou várias vezes que não permitiria o surgimento do Estado da Palestina.
Na semana passada, em discurso na ONU, ele disse que isso seria uma “insanidade”. Aceitar essa proposta agora representaria uma mudança brusca de posição.
Internamente, Netanyahu enfrenta forte pressão. Pesquisas indicam que a população está cansada da guerra, enquanto famílias de reféns exigem uma solução rápida. Ao mesmo tempo, ministros da coalizão podem derrubar o governo se considerarem que houve concessões excessivas para a paz.
