O início foi digno de Copa. Embalado pela torcida, o Atlético-MG ditou o ritmo desde o primeiro minuto: controlou a posse, neutralizou a transição do del Valle e gerou volume no campo ofensivo.

Atlético-MG x Independiente del Valle — Foto: DOUGLAS MAGNO / AFP

Uma apresentação digna de finalista de Sul-Americana. O Atlético-MG reviveu suas grandes noites de Copa na terça-feira. O time de Jorge Sampaoli não deu chances ao Independiente del Valle, construiu uma vitória por 3 a 1 na Arena MRV e carimbou a nona decisão continental de sua história. E com personagens marcantes, que passaram por um resgate durante o ano. O segundo finalista será conhecido nesta quinta-feira. Lanús (ARG) e Universidad de Chile (CHI), que empataram o duelo de ida por 2 a 2, se enfrentam na Argentina.

Sampaoli promoveu duas trocas em relação ao jogo de ida. Sem Scarpa (suspenso), Fausto Vera reforçou o meio. Já Gabriel Menino começou no banco de reservas, e Dudu voltou ao ataque.

O início foi digno de Copa. Embalado pela torcida, o Atlético-MG ditou o ritmo desde o primeiro minuto: controlou a posse, neutralizou a transição do del Valle e gerou volume no campo ofensivo. Alta intensidade para buscar a vitória.

Era para ter sido perfeito com cinco minutos de semifinal. Só não ganhou nota máxima por conta do goleiro Villar, que evitou o primeiro gol, em cabeçada de Júnior Alonso.

A ideia era fácil de entender: uma saída de bola com os zagueiros, com Vera e Franco auxiliando, Bernard, Igor Gomes e Arana por dentro, e Dudu e Rony abrindo o campo (invertendo com os meias em certos momentos). Domínio do meio e situações de um contra um pelas beiradas.

Só um time jogou no primeiro tempo. Galo tinha tudo: construção, chegada e a oportunidade: faltava um melhor acabamento para o gol.

A marcação agressiva foi uma das armas para o triunfo. Quando o time equatoriano tentava sair de trás, o Galo pressionava para recuperar a posse quanto antes. Em um desses encaixes, Dudu recuperou e iniciou uma blitz pelo gol. Depois de quase dez segundos da bola na área, Arana apareceu na pequena área para abrir o placar.

O gol confirmou a superioridade do Atlético em todas as fases do jogo. E tirou a única coisa que deixava o del Valle no jogo, a igualdade no placar. A partir desse momento, o ritmo subiu, a falta de confiança do adversário aumentou, e o Alvinegro soube ser decisivo.

Mais uma vez, Dudu fez boa interceptação no meio-campo. Ganhou espaço e soube a hora certa de fazer o passe e acelerar o jogo. Bernard chegou na bola, ajeitou o corpo e bateu na saída do goleiro para aumentar o placar. 2 a 0 em 45 minutos.

A volta do intervalo tinha tudo para ser de festa na arquibancada e de tranquilidade no campo. Seguiu assim até o minuto 18. Sem sustos, mas sem tanta imposição ofensiva. Mas uma falha trouxe espaço para o nervosismo.

Arroyo recebeu com espaço e arriscou um chute de longe. Everson não segurou. Espalmou no pé de Spinnelli, que não desperdiçou.

O gol deu ao time equatoriano a possibilidade de voltar para a semifinal. Precisava de mais um para levar a disputa da vaga para as penalidades.

Foram nove minutos de tensão até vir o alívio, a confirmação de uma classificação grandiosa. Hulk, que entrou no segundo tempo, recebeu lançamento de Júnior Alonso, em profundidade. O Camisa sete ganhou da marcação e deu um toque na saída do goleiro para acabar com um jejum de 15 partidas sem marcar.

O gol não foi só da redenção de Hulk, mas de Bernard, Arana e Dudu. De um elenco que estava desacreditado durante todo o ano e ainda busca o único objetivo capaz de apagar tudo que passou: a vaga na Libertadores de 2026.

O Atlético está a um jogo do título da Sul-Americana e de um calendário que se acostumou nos últimos anos. E o time tem dado motivos para o torcedor acreditar.